NILDA FARIAS DE SOUZA
A
IDENTIDADE DA MULHER NO DISCURSO DE ALGUNS ESTILOS MUSICAIS
NOVA
ANDRADINA – MS
2006
NILDA FARIAS DE SOUZA
A
IDENTIDADE DA MULHER NO DISCURSO DE ALGUNS ESTILOS MUSICAIS
Trabalho Monográfico apresentado como
requisito para a conclusão do Curso de Licenciatura em Letras Habilitação
Português /Inglês da UEMS – Universidade Estadual de Mato
Grosso do Sul, Unidade de Nova Andradina.
Orientador: Prof. Msc.
Marlon Leal Rodrigues
NOVA
ANDRADINA – MS
2006
NILDA FARIAS DE SOUZA
A
IDENTIDADE DA MULHER NO DISCURSO DE ALGUNS ESTILOS MUSICAIS
Trabalho Monográfico apresentado como
requisito para a conclusão do Curso de Licenciatura em Letras Habilitação
Português /Inglês da UEMS – Universidade Estadual de Mato
Grosso do Sul, Unidade de Nova Andradina.
Orientador: Prof. Msc Marlon Leal Rodrigues
AGRADECIMENTOS
A Deus
por ter me dotado de sabedoria e força para concluir este trabalho.
Aos meus pais pelo incentivo e apoio.
Ao professor Msc. Marlon Leal Rodrigues pelos precisos comentários,
sugestões, pelo carinho e amizade dedicados em todos os momentos desse estudo.
A Maria Imaculada Fernandes, minha patroa que tantas vezes me deu
momentos para estudar sem cobrar nada em troca.
DEDICATÓRIA
Aos
meus pais por terem me dado uma boa educação. Pois sempre me fizeram acreditar
na minha capacidade e lutar por meus objetivos.
"A análise do
Discurso não pretende se instituir em especialista da interpretação dominando o
sentido dos textos, mas somente construir procedimentos expondo o olhar-leitor
a níveis opacos a ação estratégica de um sujeito... a questão crucial é
construir interpretações sem jamais neutralizá-las nem importa o quê de um
discurso, nem um espaço lógico estabilizado com pretensão universal".
Michel Pêcheux (1997)
SOUZA, Nilda
Farias de. A identidade da mulher
no discurso de alguns estilos musicais.
Nova Andradina. Monografia de conclusão de curso. UEMS –
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, 2006.
Resumo: Os estilos musicais
apresentam sentidos diferenciados, no ritmo e no vocabulário. A identidade é
representada em sentidos variados, que vai desde a mulher submissa até a mulher
moderna que disputa seu espaço na sociedade com o homem. Na análise do discurso
das músicas aqui apresentadas em especial no funk, há um sentido de inversão de
valores entre homem e mulher, pois o sentido é de mulher poderosa no discurso
machista.
Palavras-clave: discurso, identidade;
mulher; sentido, estilo.
SOUZA, Nilda
Farias de. A identidade da mulher
no discurso de alguns estilos musicais.
Nova Andradina. Monografia de conclusão de curso. UEMS –
Universidade Estadual de mato Grosso do Sul, 2006.
Abstract: The musical styles present
different senses in the rhytm and in the vocabulary. The woman's identity in
several styles of music is represented in so many styles of go since the vision
of the submissive woman until the modem one that contest with man her space in
the society. The musical analysis of speech that is presented here especially
in the funk there is a value reverse among woman and man because the sense is
about the woman's power in a male speech.
Key-Word: style;
identity, woman, sense
arrumar
SUMÁRIO
Pág.
Introdução………………………………………………………………..........................10
1 Objetivo…………………………………………………………………….....................10
2 Objeto…………………………………………………………………….........................10
3 Justificativa……………………………………………………………………................
4 Metodologia.......................................................................................................................
5 Breve
Histórico da
Mulher.................................................................................................
1. Suporte
Teórico...................................................................................................................
1.1 Breve
Análise do Discurso Francesa – AD -
.....................................................................
1.2 Sujeito
1.3 Sentido
1.4 Formação
Discursiva
1.5 Memória
Discursiva
1.6 Ideologia
1.7 Formação
Imaginária
1.8 Efeito
de Sentido
1.9 Paráfrase
1.10 Discurso
1.11 Enunciado
1.12 Enunciação
2. Concepção
de Identidade – Stuart Hall
3. Conceito
de Estilo – Sírio Possenti
3.1 Estilo
Samba
3.2 Estilo
Regional
3.3 Estilo
Popular – (Pop)
3.4 Estilo
Musical Rock
3.5 Estilo
Musical Modinha
3.6 Estilo
Musical MPB
3.7 Estilo
Funk
4. Corpus
4.1 Análise
dos Dados
4.1.1 Identidade da Mulher no Estilo Samba
4.1.2 Mulher Submissa
4.2 Identidade da Mulher no Estilo Regional
4.2.1 Mulher e Carro
4.2.2 Mulher Gostosa
4.2.3 Mulher Ciumenta
4.2.4 Mulher Experiente
4.2.5 Mulher Fatal
4.3. Identidade da Mulher no Estilo
Rock
4.3.1 Mulher Poderosa
4.3.2 Mulher é Diferente
4.3.3 Mulher Independente
4.3.3 Mulher Intelectual
4.4 Identidade da Mulher no Estilo
Popular (Pop)
4.4.1 Mulher Trabalhadora
4.4.2 Mulher Romântica
4.4.3 Mulher Desesperada de Paixão
4.4.4 Mulher de Opinião
4.5 Identidade da Mulher no Estilo
MPB
4.5.1 Mulher Dominada
4.5.2 Mulher do Lar
4.6 Identidade da Mulher no Estilo
Funk
4.6.1 Mulher Audaciosa
4.6.2 Mulher e Cerveja
4.6.3 Mulher Dominadora
4.7.1 Mulher Romântica
4.7.2 Mulher Bonita
4.7.3 Mulher Delicada
5. Considerações Finais
INTRODUÇÃO
A proposta no presente no trabalho
diz a respeito a analisar a identidade da mulher nas letras das músicas,
tomadas como “discurso” (Pêcheux, 1997), em seus variados “estilos” (Possenti,
2001) - Samba, Sertanejo ou Regional, Pop,
Rock, Modinha, MPB e Funk. Um dos objetivos é verificar a
imagem que cada estilo musical constrói da mulher.
As letras das
músicas populares brasileiras aqui focalizadas apresentam um discurso
caracterizado, construído de sentidos, valores, relações, sociais e crenças a
respeito da posição histórica da mulher na sociedade. É importante ressaltar
que o principal objetivo desse trabalho é analisar as letras das músicas em
cada estilo musical.
A análise se restringe ao corpus construído por várias letras de
músicas no qual procuro trazer à “superfície” a representação discursiva da
imagem feminina na música.
Segundo Aurélio (Barsa volume, 10:
211), "música é a arte e a ciência de combinar os sons de modo agradável
ao ouvido"; no entanto alguns estilos musicais não agradam a sociedade e
isto tem até causado polêmicas, discussões entre povos que se “dizem”
conservadores. Sendo assim a música tem um grande “poder” (Foucault, 1997) de
interpelar os “sujeitos” (Pêcheux, 1997) que nela se constituem em cada estilo
que mais lhe “agrada”.
Este trabalho,assim, de forma
geral procurará analisar o sentido do discurso sobre a identidade feminina nas
letras das músicas, bem como sua relação com a história a partir de uma memória
discursiva (Pêcheux, 1997).
1. Objetivo
Analisar a representação da mulher nos vários
estilos de músicas, pois apesar de vários movimentos e protestos a mulher ainda
luta para apagar a sua “velha” identidade de submissa, de inferioridade, considerando
que os enunciados são desde a década de 50 até os dias atuais.
2. Objeto
O objeto de estudo deste trabalho é as letras de
algumas músicas populares brasileiras tomadas como discurso a respeito
construção da identidade da mulher considerando o estilo do conjunto de
músicas.
3. Justificativa
A presente
pesquisa se justifica por busca analisar como o papel da mulher na sociedade,
tem mudado de posição em relação há décadas anterior, pois, o que predominava
era a “ideologia” (Pêcheux, 1997) machista, o que via a mulher como um ser sem
valor e que não tinha direitos, só deveres.
Acredito que
este trabalho sobre a concepção feminina nas letras das músicas mostrará em
alguma perspectiva que a mulher deixou e vem deixando de ser vista como a
“dondoca” e tornou-se guerreira, sem perder sua fragilidade e sensibilidade.
4. Metodologia
- Agrupamento dos enunciados;
- Estudo do sentido dos discursos;
- Análise de corpus definido;
- Considerações das formações
discursivas e ideológicas nos discursos analisados;
- Verificação da imagem da mulher
em cada estilo musical.
5. Breve Histórico Sobre a Mulher
Segundo o Almanaque Abril (2001), na idade antiga as
mulheres eram consideradas como seres inferiores, na idade média eram
classificadas como os “portões do inferno”, e mais tarde queimadas como bruxas,
na chamada idade moderna e desde o século XVIII pressionadas por uma extenuante
jornada dupla.
A histórica condição de opressão acabou gerando não apenas vítimas, mas
fortes movimentos de contestação liderados por mulheres que se opuseram à
discriminação. No século XVII, época dos movimentos liberais e socialistas, da
Segunda Revolução Industrial e da divisão internacional do trabalho, começou
como, por exemplo, a ação das sufragistas. A força desses movimentos está
relacionada à presença do trabalho feminino nas fábricas e ruas das grandes
metrópoles que estavam se consolidando.
Durante a I Guerra Mundial a ação militar era respaldada pelo intenso
trabalho das mulheres nas indústrias. Pouco tempo depois principalmente na
Europa vários países consagraram o direito de voto às cidades. No contexto da
II Grande Guerra, com a participação cada vez maior da força feminina no
mercado de trabalho, o direito ao voto feminino foi estendido até o oriente.
O reconhecimento dos direitos femininos ocorre
fortalecendo uma outra frente de luta pelo direito das mulheres, o direito de
cuidar do seu próprio corpo. A intensificação da pílula anticoncepcional e as
polêmicas marchas pró-aborto são exemplo disso.
Organizações como a ONU – Organização das Nações
Unidas - reiteradas vezes defenderam os proclamados direitos das mulheres. No
entanto, a necessidade desses direitos serem repetidamente consagrados é marcada
por flagrantes desrespeitos à condição feminina, desde “brincadeirinhas
inocentes” até violência doméstica, esbarrando em questões culturais arte mesmo
nas diferenças salariais.
Em 1995 durante a IV Conferência Mundial sobre a mulher, Beigin, Na China,
o Brasil foi considerado um dos campeões de violência contra a mulher.
A mulher hoje tem ocupado grande espaço na sociedade tato que segundo
dados do último censo, houve um crescimento no número de famílias chefiadas por
mulheres, dado que por si só não seria preocupante não fosse outro problema: as
mulheres na sua maioria, no país mesmo sendo mais instruídas que os homens
recebem salários menores.
Até a metade do século passado nem sequer as
mulheres podiam freqüentar a escola, isso no Brasil. Foi somente em 1887 que
elas puderam começar a estudar para se tornar professora. Mesmo assim tinha de
cumprir um currículo especial de mestra que incluiria prendas domésticas. Hoje
do total de 1,5 milhão de profissionais, 90% se concentra no ensino primário.
O capital educacional da mulher considerando-se
outros indicadores sociais do país, pelos dados do anuário estatístico brasileiro
de 1992 há 57% de mulheres com curso colegial completo contra 43% de homens,
elas já compõem 52% do contingente universitário nacional, 42% do total de
diplomados em Direito, 62% em
Ciência Médica e 19% em Engenharia.
A mulher tem seu papel importante na sociedade,
pois a mesma é vista como a base de tudo, desde a família onde o seu dom
materno fala mais alto, até a vida profissional, onde sua sensibilidade,
persistência, capacidade são capazes de encontrar solução para os problemas
mais complicados.
Mesmo com a sua enorme importância no cenário
político, as casas legislativas deste país ainda abrigam poucas mulheres. A
representatividade das mulheres está limitada, há poucas heroínas que
conseguiram superar o poder econômico do homem e conquistaram um mandato com
honra. Nos governos estaduais a ausência das mulheres só não é total porque o
Estado do Rio de Janeiro é governado por uma mulher. Ora, um estado que tem 51%
de eleitorado feminino não pode assistir a uma presença tão tímida da mulher na
política, mesmo porque está provado que elas têm mais sensibilidade que os
homens para administrar órgãos públicos.
Mesmo na atualidade sendo a mulher vista como
guerreira, profissional competente; ela também é vista como a deusa da beleza,
pois apesar do corre-corre da vida cotidiana ela não esquece o seu lado meigo
feminino de ser, está sempre se cuidando, preocupada em estar com a beleza em
dia.
A mulher ocupou um lugar tão importante na
sociedade que a elas foi criado o Dia Internacional da Mulher – 08 de março
data que remete à greve feita por 130 mulheres de uma fábrica de tecido de Nova
Iorque em 1857. O movimento foi reprimido violentamente e todas morreram
carbonizadas dentro da empresa, quando teciam peças na cor lilás. É uma data
que remete à luta contra a discriminação da mulher, contra o preconceito em
defesa de uma sociedade mais justa e igualitária entre cidadãos.
1.1 Breve
Histórico da Análise do Discurso Francesa – AD -
A Análise do Discurso – AD - surgiu na década de 60,
na França com as teorias de Pêcheux, no entanto a AD já vinha tomando forma
desde o século XIX com a semântica histórica. E já no século XX com os
formalistas russos que buscavam no texto uma lógica interna, o que
diferenciaria da análise do conteúdo tradicional, esses estudos foram
realizados de maneira bastante superficial, mas que muito contribuiu para a
formação da AD.
Mesmo Saussure tendo fundado uma lingüística no séc.
XX, e se preocupado apenas com a língua estática, contribuiu com a AD, pois essa
se fundamentou na lingüística de Saussure, na Psicanálise de Freud (releitura
de Lacan) e no Materialismo de Marx (releitura de Althusser) e se voltou para
os estudos da língua em funcionamento e seus sentidos.
De acordo com Pêcheux (apud MAINGUENEAU, 1993: 11):
A
Análise do Discurso não pretende se instituir como especialista de
interpretação, dominando o sentido dos textos, apenas pretende construir
procedimentos que exponham o olhar-leitor a níveis opacos à ação estratégica de
um sujeito.
O que interessa para a AD não é o sujeito em si, mas
o enunciado sendo assim o sujeito será sempre substituível, dessa forma Foucault
conceitua as práticas discursivas dos sujeitos como: "um conjunto ou
regras anônimas históricas, sempre determinadas no tempo e no espaço que
definiram em uma época dada e para uma área social, econômica, geográfica ou
lingüística dada as condições de exercício da função enunciativa". Foucault
(apud MEINGUENEAU, 1997) Novas Tendências em AD (pág. 12).
A AD constitui-se em disciplina voltada para os
estudos da língua em funcionamento e seus sentidos. Assim a AD se constitui a
partir dos conceitos-chave: de ideologia, a qual Pêcheux vai buscar em
Althusser, discurso em Foucault, sujeito em Lacan. É a partir dos trabalhos
destes estudiosos que Pêcheux desenvolveu seus conceitos, dando forma a AD
francesa.
No Brasil, a AD foi apresentada nos anos oitenta por alguns estudiosos,
entre eles Carlos Funchi e posteriormente desenvolvida por Eni P. Orlandi.
1.2 Sujeito
Pêcheux (1997: 159), afirma que:
os
indivíduos se reconhecem enquanto sujeitos por ser interpelado em sujeitos de
seu discurso, o que se efetua pela identificação com a formação discursiva que
o domina e, que representam “na linguagem” as formações ideológicas que lhes
são correspondentes.
O sujeito pode ser chamado de direito quando
relaciona com outros sujeitos de direito, seus semelhantes ou pode ser
ideológico que é aquele que ao falar fala por si.
1.3 Sentido
Segundo Pêcheux (1997: 160):
o
sujeito se constitui pelo esquecimento daquilo que o determina. O sujeito e o
sentido também não existem “em si mesmos” são as posições ideológicas que estão
em jogo no processo sócio – histórico no qual as palavras, expressões e
proposições ou uma proposição não tem sentido que lhe seria “próprio” o sentido
se constitui em cada formação discursiva.
As palavras, expressões, mudam de sentido segundo as posições sustentadas
por aqueles que as empregam, elas adquirem seu sentido em referência às
formações ideológicas.
1.4 Formação
Discursiva
Pêcheux (1997: 60):
chama de formação discursiva o que determina formação ideológica definida
pelo estado da luta de classes, vem determinar o que pode e deve ser dito.
Chamamos de formação discursiva a formação ou constituição do sentido.
Toda formação discursiva dissimula pela transparência do sentido que nela se
constitui.
As palavras, expressões, proposições, etc. recebem
seu sentido da formação discursiva na qual são produzidas.
Para Maingueneau (apud PÊCHEUX, 1997), “toda
formação discursiva é associada a uma memória discursiva".
1.5 Memória
Discursiva
Pêcheux (1997: 162) afirma que:
a memória discursiva seria aquilo que face a um texto
que surge como acontecimento a ler, ver, restabelecer os implícitos (quer
dizer, mais tecnicamente, os pré-construídos, elementos citados e relatados,
discursos travessos, etc.) de que sua leitura necessita a condição do legível
em relação ao próprio legível.
1.6 Ideologia
Segundo Michel Pêcheux (1997: 151-152)
a
ideologia não constitui apenas os sujeitos, mas também os sentidos, pois
interpela os indivíduos em sujeito do discurso.
Só existe ideologia do sujeito para o sujeito; mas cada grupo cria o seu
objeto ideológico (sentido).
1.7 Formação
Imaginária
De acordo com Pêcheux (1997: 168),
a
formação imaginária é a modalidade do “como se” (como se eu que falo estivesse
no lugar onde alguém me escuta), modalidade na qual a “incorporação” dos
elementos do interdiscurso pode se dar até o ponto de confundi-los de modo a
não haver mais demarcação entre o que é dito e aquilo a propósito do que isso é
dito.
1.8 Efeito de
Sentido
Segundo Pêcheux (1997: 160) "as palavras,
expressões, proposições, etc. mudam de sentido segundo as proposições
sustentadas por aqueles que as empregam" o que quer dizer que elas adquirem
seu sentido em referência a essas posições, isto é, em referência a formações
ideológicas nas quais essas posições se inscrevem.
1.9 Paráfrase
Paráfrase é a relação entre a língua e o discurso o que podemos chamar de
uma relação semântica e se encontra inscrita no sistema da língua.
É constituída de reformulação ou reconstituição de sentido. (PÊCHEUX
1997: 160).
1.10 Discurso
Para a Análise do Discurso segundo Orlandi (1991: 16):
O
Discurso não é apenas uma transmissão de informação, nem há essa linearidade na
disposição dos elementos da comunicação, como se a mensagem resultasse de um
processo; é efeito de sentido entre locutores, e este modifica se de acordo com
as referências que faz a psicologia, a história, a lógica.
O Discurso é um processo de identificação do sujeito, de subjetivação, de
construção da realidade, não se trata da língua como fala.
Para Pêcheux (1996) "é um efeito de sentidos, o menor lugar
(ocupado) entre o pensamento e a palavra".
1.11 Enunciado
Cardoso comentando o enunciado em Pêcheux concebe que:
O Enunciado é um acontecimento único, mas aberto à repetição, à
transformação, à reativação.
Um enunciado é sempre um acontecimento que nem a língua nem o sentido
podem esgotar inteiramente. Está ligado não apenas a situação q
Eu o provoco e as conseqüências por ele ocasionadas, mas ao mesmo tempo,
segundo uma modalidade inteiramente diferente, a enunciados que o precedem e o
seguem. É institucional (CARDOSO, 1999: 35)
1.12 Enunciação
Por sua vez, é o singular, o irrepetível, o acontecimento (tem data,
lugar determinado). Assim, cada vez que um enunciado é repetido (pelo mesmo
indivíduo) ou por indivíduos diferentes, trata-se de uma nova enunciação.
(CARDOSO, 1999: 35-36)
2. CONCEPÇÃO DE
IDENTIDADE – STUART HALL
“A identidade tornou-se uma “festa móvel” formada e transformada
continuamente em relação às maneiras pelas quais somos representados e tratados
nos sistemas culturais que nos circundam” (HALL, 1987).
O sujeito assume identidades diferentes em momentos
diversos. No iluminismo o sujeito assumiu uma identidade máxima, pois era o
centro dotado de capacidade e de razão. No pós-modernismo o sujeito assume
várias identidades de acordo com o momento em que vive.
Se eu mesmo sou um ser acabado e se o acontecimento é algo acabado, não
posso nem viver nem agir; para viver devo estar inacabado, aberto para mim
mesmo – pelo menos no que constitui o essencial da minha vida – devo ser para
mim mesmo um valor ainda porvir, devo não coincidir com a minha própria
atualidade (Bakhtin apud HALL, 1992: 25- 33).
No mundo dos acontecimentos da vida, campo próprio
do ato ético estamos sempre inacabados, porque definimos o presente como
conseqüência de um passado que construiu o pré-datado e pela memória do futuro
com que se definem as escolhas no horizonte das possibilidades. Nosso
acabamento de atende a uma necessidade estética de totalidade, e esta somente
nos é dada pelo outro como criação e não como solução.
A identidade do sujeito não se faz pela repetição do
idêntico, mas é resultante de uma criação do outro, e isso dá a ele liberdade
de ser o que é, e o que faz; criando sua própria filosofia de vida.
Na sociedade atual, o sujeito tem certa liberdade para agir de acordo com
seu poder de reflexão, de mudar e reconstruir, o que o difere do sujeito na
sociedade tradicional que era estático e o que era valoriza eram experiências
das gerações mais velhas.
No mundo moderno, as alturas nacionais no interior das quais nascemos são
uma das principais fontes de identidade cultural. As culturas nacionais são
compostas não somente de instituições culturais, mas de símbolos e
representações. Uma cultura nacional é um discurso (PÊCHEUX, 1997) – uma
maneira de construir significados que influencia e organiza tanto nossas ações
quanto nossas concepções sobre nós mesmos.
O discurso da cultura nacional não é, portanto tão moderno quanto
aparenta ser. Ele constrói identidades que são posicionadas de forma ambígua
entre passado e o futuro, e incita à tentação de retornar a glória antiga e ao
movimento de ir em frente, cada vez mais fundo, na modernidade (HALL, 1992: 43).
Devido à globalização as identidades culturais vêm sofrendo conseqüências
como:
a) estar sendo
corroídas, em decorrência do crescimento da homogeneização cultural e do
"pós-moderno global".
b) as identidades nacionais e outras locais estão sendo reforçadas pela
resistência à globalização.
c) as identidades nacionais estão em declínio, mas novas identidades vem
tomando seus lugares.
"A identidade totalmente segura, completa, unificada e coerente é
uma fantasia" (idem).
3. CONCEITO DE ESTILO - SÍRIO POSSENTI
Podem-se imaginar facilmente as vantagens de uma concepção como esta, com
a extensão que sugeri para uma teoria do estilo. Se a condição de possibilidade
do estilo é a multiplicidade dos códigos, tem-se agora explicitamente
considerados, todos os recursos opostos à disposição do falante, o que mostra
que os fatos de estilo não resultam de um desvio do sistema socializado, mas
começam a produzir-se já no nível da agenciação desses próprios recursos.
Portanto esta é a abordagem que melhor corresponde à noção de estilo que elegi.
Por outro lado, a concepção de sintaxe como sistema indeterminado no
sentido precido acima, supõe um papel para o falante, para o ouvinte e para o
contexto em qualquer discurso, o que faz dela a concepção mais adequada para a
análise do discurso. (POSSENTI,.....:268)
É que o falante tem um papel, não só o contexto ou a classe a que
pertence. Se é verdade que ele não está livre das regras lingüísticas nem das
sociais, também é verdade que as regras lingüísticas lhe permitem pelo menos
aspirações representações e, mesmo rupturas de regras, lugares onde a
subjetividade se manifesta como não necessariamente assujeitada, mas sim ativa.
Se levarmos radicalmente a sério a língua como resultado do trabalho e o
discurso como atividade e se considerarmos que o discurso é feito na língua,
mas também atua em cada vento circunstancial sobre ela, então até parecerá
correto afirmar com Goethe (apud STAROBINSKI, 1970) que "o estilo não é
[...] nem o particular puro, nem o universal mas o particular em instancia de
universalização e o universo que se despe para remeter a uma liberdade
singular".
Assim, a música tem em si um estilo diferente, na composição musical, no
som, na letra, e dentre esses estilos
musicais destacam-se aqui alguns deles:
3.1 Estilo Samba
Samba, de acordo com a Enciclopédia Britânica do Brasil
(BARSA, ano e página), "é de todos os
gêneros musicais existentes no Brasil é o mais difundido e identificado como
música popular urbana".
O samba possivelmente se originou na África e
chegou até o Brasil, trazido pelos escravos que vinham das regiões de Angola e
do Congo. No início era somente uma forma de dança, mas que a partir de 1918
explodiu como sendo o maior sucesso nas festas de carnaval, mas mantinha uma
grande concorrência com a marchinha, que também encontrou excelentes
compositores como Lamartine Babo e João de Barro.
Dentre os escolhidos para este trabalho estão: Martinho da Villa com a
música mulheres, Ataúlfo e Mário Lago com – Ai que saudade da Amélia.
3.2 Estilo
Regional
Estilo sertanejo ou regional, de acordo com o
Almanaque Abril (1997: 341) “uma forma de cultura popular sem avanço da
tecnologia das comunicações”.
A música fala do sertão, da raiz do povo humilde que ainda não se
contaminou com os grandes avanços que hoje em nome da chamada “integração
nacional” um desaparecimento das manifestações musicais em termos regionais,
assim pouco a pouco a sociedade de consumo vai fazendo desaparecer formas puras
e espontâneas de cultura popular. Dentre os atuais cantores da música sertaneja
encontramos o cantor compositor Daniel, e as duplas Teodoro e Sampaio,
Milionário e José Rico e João Paulo e Daniel.
3.3 Estilo
Popular - Pop
"Estilo musical Pop quando surgiu era chamado de popular music, mas que com o passar dos
anos se reduziu a apenas – POP".
Segundo a Enciclopédia Britânica do Brasil (BARSA, volume 11: 194), - POP
– apresenta uma expressão que desde a década de 1960, designa um movimento
musical de grande importância comercial, patrocinada pela indústria fonográfica
internacional. O estilo POP abrange
diversas tendências estéticas, dirigiu-se, sobretudo à juventude dos países
industrializados, em especial aos anglo-saxões.
O estilo musical foi divulgado por todo o mundo, através de músicas que
se falava da atualidade, política e também da vida cotidiana.
Dentre muitos cantores destacam-se neste estilo o cantor e compositor
Chico César, Karametade e a cantora Ana Carolina.
3.4 Estilo
Musical Rock
Estilo musical Rock – é um
estilo que surgiu na década de 50, nos Estados Unidos e que teve por base
outros estilos musicais, que mais tarde dominou o mundo, tornando-se até um
estilo popular, pois foi tomando forma e deixando de lado a irreverência, de
como era, que se gritava, quebrava guitarra; hoje temos o rock tanto o que
chamamos de “paulera” quanto o “lento”.
Os elementos que mais caracterizam esse estilo são as guitarras, bandas
compostas de um ou mais vocalistas. Dentre os roqueiros brasileiros está o
grupo Legião Urbana e a cantora Rita Lee. (ALMANAQUE ABRIL, 2001)
3.5 Estilo
Musical Modinha
Estilo musical modinha, é um estilo musical que foi
adotado pelo povo, mas que mais tarde foi transformada em cantiga popular
urbana, eram músicas que falavam de sentimento e amor, isso talvez por
influência da valsa. Alguns autores dizem que a modinha pode ser classificada
como uma das primeiras manifestações autênticas da música popular urbana. Esse
estilo se tornou tão popular que muitos compositores cada vez mais a
aperfeiçoaram com acompanhamentos musicais como cravo e piano, mais tarde o
instrumento que se tornou o mais preferido dos modinheiros.
A partir da década de 20, uma nova geração de
compositores, trocaram o nome de modinha para o nome de canção. Dentre eles
estava José de Freire Junior, autor da famosa canção “Malandrinha”, e Dorival Caymmi e a dupla Pena
Branca e Xavantinho. (BARSA, volume 10)
3.6 Estilo
Musical – MPB
Estilo musical – MPB – a sigla tem o significado de
Música Popular Brasileira e é dividida em categorias: as danças dramáticas, a
música religiosa, os cantos de trabalho, os jogos, os cantos puros e a música
popular urbana. No entanto a única categoria que permanece viva é a música
popular urbana; que também sofreu uma evolução de formas e estilos perdendo a
forma original, chegando quase a manifestação semi-erudita. São os reis da MPB:
Erasmo Carlos, Roberto Carlos. (BARSA, volume 10)
3.7 Estilo
Musical Funk
Estilo musical Funk
– Segundo o Almanaque Abril (1997:199), "o estilo funk se originou do
rock".
Esse estilo musical tem causado polêmica e
irritação principalmente aos chamados tradicionais; é um tipo de música que
bate de frente com outros estilos, pois mostra em suas letras a vida como realmente
é. Enquanto outros estilos mostram a mulher como um ser doce, meigo e bonito no
Funk ela é vista como cachorra e
gostosa.
Hoje o funk renasceu nos morros
do Rio de Janeiro e São Paulo, e seus cantores e compositores dizem que esse
estilo “é som de preto, de favelado, mas quando toca ninguém fica parado”.
Quando diz que ninguém fica parado, realmente o Funk mexe com toda a sociedade, tanto no embalo da música, quanto
na polêmica que tem causado. O estilo de música é para ser dançado com
sensualidade e em suas letras está à mostra a podridão do mundo e a realidade
pura vista de maneira real e não com rodeios e enfeites.
Dentre os funqueiros estão à cantora Tati Quebra-Barraco, As Panteras e
também os cantores Tatau e Leandro Guerrilha.
4.
ANÁLISE
Maingueneau (1987: 14) afirma que: "não se trata de
examinar um corpus como se tivesse
sido produzido por um determinado sujeito, mas de considerar sua enunciação
como o correlato de certa posição sócio-histórica na quais os enunciados se
revelam substituíveis".
A análise deste trabalho foi realizada a partir dos
recortes de discursos, (enunciados) – (ver anexo I) – que permitiu verificar a
identidade da mulher nos diferentes estilos musicais.
4.1 Análise dos
Dados
Para proceder à construção
da análise, recortei os discursos a partir de músicas de (cantores/autores)
consagrados e ou conhecidas. Com a finalidade de analisar a constituição da
identidade nos discursos dos estilos musicais, referentes à identidade da
mulher considerando os variados enunciados discorridos em cada música.
4.1.1 Identidade da Mulher no
Estilo Samba
Esse estilo apresenta
um numero de sentidos variados que caracterizam a identidade da mulher em
diversos aspectos.
Tipos de mulher:
(1) “Já tive mulheres do tipo
atrevida / do tipo acanhada do tipo vivida”;
(2) “Casada carente, solteira feliz
/ já tive donzela e até meretriz”;
(3) “Mulheres cabeças e
desequilibradas / mulheres confusas de guerra e de paz”;
4) “Nunca vi fazer tanta exigência / nem fazer
o que você me faz / você não sabe o que é consciência”.
Esses discursos caracterizam a identidade da mulher
do ponto de vista do homem, visto por vários sentidos, visto ainda que não só a
mulher, mas homens e mulheres possuem um pouco de cada adjetivo destacado ou
sentido.
Em (2), o sentido da identidade da mulher dito como "donzela",
é aquela que no discurso do senso comum é chamada de "menina moça",
virgem, que namora pra casar. No enunciado (1), ainda encontramos dois sentidos
de mulher "acanhada", mostra a identidade de mulher tímida que não
gosta de se expor, é pudorosa, ao contrário e o sentido de mulher
"atrevida" que gosta de se aparecer por ser identificada como a
mulher abusada, ousada. Há um jogo de contradição entre esses dois sentidos. No
enunciado (3), o sentido de mulher cabeça no discurso comum é a identidade da
mulher que sabe o que quer, é decidida, bem resolvida e crítica.
Em (1) (2), há dois sentidos de mulher que são comumente confundidas, a
"vivida", no discurso do senso comum é a chamada "mulher da
vida", mas neste contexto o sentido é da experiência, que já viveu muitos
relacionamentos "bons ou ruins". Esse sentido "vivida" é
confundido com o sentido de "meretriz", pois essa é a mulher que usa
do corpo para ganhar a vida – (prostituta).
Há ainda em (2) um sentido de mulher "casada carente", é a que
se realizou casando, mas que é infeliz, pois não supre suas necessidades e
desejos, ao contrário da "solteira feliz", o sentido é que se sente
bem com a condição de solteira; Ainda em (3), há um sentido de "desequilibrada",
é uma mulher temperamental, o sentido de "gênio forte", que se pode
confundir com o sentido "confusas", pois essa se identifica como
sendo aquela que não sabe o que quer, é uma mulher indecisa. Há o sentido de
"mulher de guerra, e de paz", há um jogo de contradição, pois o
sentido "guerra" mostra a mulher como briguenta, sempre em conflito e
o sentido "paz", que mesmo em dificuldades consegue transmitir
tranqüilidade, apaziguar o local onde está.
No enunciado (4), há o sentido de mulher "exigente", que possui
uma identidade de pessoa impertinente, tudo o que vê quer, é materialista,
rigorosa com suas práticas discursivas componentes que mostra a sua identidade.
4.1.2 Mulher
Submissa
Nesse discurso há um sentido de demonstrar uma
relação de submissão, de poder do homem sobre a mulher. O sentido
"Amélia", (visto nos discursos atuais, enquanto questão de
identidade) era uma mulher que se submetia a fazer tudo para o companheiro, só
para vê-lo bem.
No enunciado (6), o sentido de mulher "dona de casa", que só
sabe servir, não tem voz ativa é totalmente submissa ao marido. Esse sentido de
mulher encontrou amparo no discurso religioso e cristão, como aquela mulher que
tem servir o marido.
4.2 Identidade
da Mulher no Estilo Sertanejo
No estilo sertanejo, apresenta uma comparação da
mulher com o carro, vista como objeto de prazer e poder do homem. Assim a
análise abordará várias informações das transformações do conceito de
identidade da mulher.
4.2.1 Mulher e
Carro
(7) “Eu tenho
paixão por carro / como tenho por mulher / são duas máquinas quentes / não
conheço quem não quer / As duas são perigosas / As duas dão emoção / E é por
isso que acelero / Bem forte o meu coração”;
(8)
"Mulher e carro é um vício / Difícil de dominar";
(9) "Carro e
mulher é assim / Quando um vai o outro vem / Posso até trocar de carro / Mas
não largo do meu bem";
(10) "Põe fogo
nos meus lençóis / A sua pele é tão linda/Ponho a chave no contato / Começo a
fazer loucura" (D.CD.2000);
(11)
"Um carro e um rabo de saia / Todo homem tem que ter".
No enunciado (7), o discurso compara a mulher a carro, um sentido de
máquina possante, desejo de todo homem e uma mulher "fogosa", para
dar a ele muita emoção. No (8) descreve a mulher e a maneira de dirigir dando um sentido de
que para dirigir é preciso atenção, cuidado e jeito, e com a mulher o sentido é
que faz-se necessário ter um certo "chamego", mas acima de tudo
domínio. Em (9) o discurso esclarece que tanto o carro quanto a mulher são
substituiveis, é um discurso machista. Nesse discurso o sentido é que a mulher
é comparada ao carro, objeto de prazer do homem e ele a deseja por ela possuir curvas salientes, atraente, assim
como o carro, o homem almeja um que seja potente do ano que chame a atenção
assim os sentidos (mulher e carro) vão sendo substituídos por modelos atuais.
4.2.2 Mulher Gostosa
(12) "Gostosona sai na rua / assanha a
rapaziada / Seu rebolado é igual uma cobra mal matada / Ela usa uma saia curta
ela arrasa ela detona";
(13)
"Gaiteiro fica maluco e rasga sua sanfona / Homem sério de verdade/ Por
ela se apaixona".
Nesse discurso a mulher possui o sentido de estética
perfeita para nossa cultura, pois possui as curvas do corpo perfeitas e gosta
de mostrá-lo usando roupas ousadas e sedutoras.
Essa identidade pode ser de mulher que já nasceu com
essa beleza natural, mas há também aquelas que com avanço da ciência, podem ser
remodeladas em suas formas, (se seu poder econômico lhe proporcionar) que no
discurso do senso comum são chamadas de "turbinadas".
Esse sentido de mulher "gostosa" é a que
causa admiração nos homens, é o sentido de mulher poderosa, sedutora, atraente,
que no discurso comum deixa qualquer homem "louco", em (13) fica
nítido, esse discurso.
O sentido de "gostosa" é identificar a
mulher como a perfeição de beleza, é intocável, e pode ser comparada às
mulheres de cartaz de propaganda de cerveja.
4.2.3 Mulher Ciumenta
(14)
"Mulherada lá do bairro morre de ciúmes dela / Casadas estão unidas pra
dar um couro nela".
O discurso vem mostrar uma identidade que não está
em maior ou menor grau nas mulheres, pois o ciúme é também uma das
características do homem.
O enunciado diz: "casadas estão unidas para dar
um couro nela", aqui há um sentido de que a mulher por ser ciumenta, é
capaz até mesmo de formar uma organização para "bater", naquela que
venha se insinuar para seu companheiro ou ameaçar de alguma forma o seu
relacionamento com seu marido.
Essa identidade de se protegerem é somente da
mulher. Pois o homem quando se sente ameaçado por outro homem ele se protege
dominando a sua mulher.
4.2.4 Mulher Experiente
(15) "De
vez em quando ela faz amor comigo / quando quer um ombro amigo / Ela vem me
procurar / De repente ela some da cidade / Fico doido de saudade";
(16) "Ela
faz coisas que me alucina / Com seu jeito de menina e malícia de mulher";
(17) "Ela
brinca e desfaz do meu amor / Nem percebe a minha dor, faz de mim o que bem
quer";
(18) "Estou
cansado de viver essa incerteza / Decidi virar a mesa, ou me assume ou vai
embora";
(19) A dama de
vermelho que vai se levantar / note que até a orquestra / fica toda em festa,
quando ela sai pra dançar";
(20) "Esta já me
pertenceu / E o culpado foi eu da separação".
No discurso há uma inversão de posição sujeito entre
homem e mulher.
Nos enunciados (15) e (17), o sentido mulher experiente,
é a que assusta o homem com seus discursos, pois o este enfatiza que a mulher
procura o homem quando ela sente necessidades, que pode ser sexuais, afetivas
ou carinhos etc., ela faz um jogo de sedução e o sentido fica claro que ela
domina a relação, sabe o que quer, sem se importar com o parceiro.
Nesse sentido é que a mulher é dominadora,
experiente e poderosa. E o discurso, os papéis saem invertidos, pois é o homem
que se torna objeto de prazer da mulher.
4.2.5 Mulher Fatal
(19) A dama de
vermelho que vai se levantar / note que até a orquestra / fica toda em festa,
quando ela sai pra dançar";
(21) "Hoje
choro de ciúme dela / Ciúme até do perfume que ela deixa no salão";
O discurso identifica a mulher, dando um sentido de
poderosa, que chama atenção por sua maneira de se impor. Esse sentido fatal, e
é a mulher possuidora de uma beleza mágica que ofusca os olhos e é admirada por
onde passa.
No (19), "dama de vermelho" o sentido de
dama é uma "senhora", há nesse discurso o respeito, pois uma mulher
para ser chamada de senhora, o sentido é que essa mulher impõe respeito; e ao
usar um vestido de cor vermelha, o sentido é para chamar a atenção, pois a cor
vermelha é a cor da paixão, do pecado, esse sentido mulher fatal, a mulher
domina o ambiente onde está, dando um sentido de "matar" os homens
por sua beleza, majestade, fineza de mulher.
Há um jogo de oposição entre (19) e (21) e (12),
pois o sentido de "gostosa" e que "todos" querem possuí-la,
já o sentido (19) e (21), é um sentido de a mulher ser respeitada.
4.3 Identidade da Mulher no
Estilo Rock
Neste estilo, observa-se que a mulher é conceituada
em diferentes sentidos, mas em todos é vista como poderosa. Ora vista como
bela, ora vista como a fera, ou ainda vista, ora como cor-de-rosa e ora como cor-de-rosa
choque.
4.3.1 Mulher Poderosa
(22) "Nas
duas faces de Eva / A bela e a fera / Um certo sorriso de quem nada quer";
(23) "Sexo
frágil, não foge a luta / E nem só de cama vive a mulher";
(24) "Por
isso não provoque / É cor-de-rosa choque";
(26) "Gata borralheira
você é princesa / dondoca é uma espécie em extinção".
No enunciado (23), o discurso possui um sentido
inverso da "velha identidade" de mulher, que era somente para
"cama e mesa", ou seja o sentido de servir o homem, tanto sexualmente
como servindo de "empregada", no discurso machista, o sentido da
mulher submissa ocupa o lugar especifico na sociedade, e esse lugar é a casa.
No (22), há um jogo de comparação, pois o sentido é
que a mulher é tanto a "bela" quanto a "fera". O sentido
mulher poderosa é de possuir, é de possuir "duas faces", ela é
identificada como batalhadora, poderosa, que disputa um espaço com o homem, vai
à luta, no sentido de ser a "bela", a mulher mesmo sendo a lutadora,
não perde o sentido "mulher".
No (24), o discurso poderia
identificar a mulher apenas como cor-de-rosa, pois é uma cor que no discurso da
nossa cultura, é especifico da mulher, mas esse discurso é fortalecido, pois a
mulher possui sim uma identidade frágil, mas que quando provocada, a
cor-de-rosa o sentido muda torna-se cor-de-rosa choque, ou seja, o sentido
muda, ela deixa de ser "dondoca" e torna a "fera".
4.3.2 Mulher é Diferente
(25) "Mulher é bicho
esquisito / Todo mês sangra".
Nesse discurso identifica a mulher dando a ela um
sentido de ser diferente por possuir "regras", mais conhecido como
ciclo menstrual (menstruação). De acordo com alguns especialistas:
Esse ciclo marca o inicio da vida
fértil feminina. O ciclo menstrual começa no primeiro dia de sangramento e
termina no primeiro dia do sangramento seguinte; o intervalo entre uma
menstruação e outra varia entre 25 e 35 dias. Mulheres muito regulares
menstruam a cada 28 dias. O organismo prepara-se para uma eventual gravidez: a
mucosa uterina fica mais espessa. Na metade do ciclo, o óvulo é liberado por um
dos ovários, são alternados um mês é do ovário no mês seguinte do esquerdo – é
a ovulação. O período que vai de três a cinco dias antes da ovulação a três a
cinco dias depois da ovulação é o período fértil da mulher. Se ela tiver
relações sexuais durante esses dias sem proteção poderá engravidar.
Se o óvulo não for fecundado os
níveis de progesterona (hormônios sexual feminino) despencam o endométrio
(mucosa uterina) descama, eliminando restos de células, misturados com o sangue
da mucosa e o óvulo não fecundado através da vagina.(CARVALHO; BRITO;CARDOSO,
1998:20).
Devido ao ciclo menstrual e outras características
externas é que a mulher se diferencia do homem pois:
A partir dos 14 anos, os testículos
ou saco escrotal começam a fabricar espermatozóides (célula reprodutora
masculina) e testosterona (hormônio sexual masculino). Depois dos 14 anos (esse
dado é variável) a produção do hormônio cresce e ocorrem as primeiras
ejaculações. (CARVALHO; BRITO; CARDOSO, 1998:21).
No discurso ela é comparada a "bicho
esquisito", que sangra todo mês, a mulher é sim um animal, ela é diferente
dos outros "bichos" porque nem todos os animais (fêmeas) sangram todo
mês; exemplo: a cadela que sangra de 6 em 6 meses, a esse período damos o nome
de ciclo estral ou comumente conhecido como cio, e é diferente da mulher porque
a mulher sangra porque o óvulo não foi fecundado (menstruação ela não está
fértil), já a cadela quando está no seu ciclo estral ela sangra porque está
ovulando é como um aviso ao macho que nesse período ela está fértil.
Há um sentido de ser diferente, pois nesse período
menstrual, a mulher adquire identidades que devido aos hormônios (estrogênio e
progesterona), seu corpo se transforma (isso é variável de mulher para mulher)
como inchaço dos seios, surgimento de acnes, estado emocional.
4.3.3 Mulher Independente
(27) "Enquanto Mônica tomava um conhaque / Noutro canto da cidade / como eles
disseram";
(28)"O Eduardo sugeriu uma lanchonete / Mas a Mônica queria ver o
filme do Godard";
(29)
"A Mônica de moto e o Eduardo de camelo";
(30)
"Ela fazia Medicina e falava alemão / E ele ainda nas aulinhas de
inglês".
No
enunciado (27), o discurso apresenta uma ruptura da "mulher
antiga" para a mulher moderna. Pois
"Mônica", saia para beber, visto que isso era coisa somente para
homens, em algum lugar que o enunciado não esclarece. O sentido do discurso é
que "Mônica" era independente, uma "mulher cabeça", sabia o
que queria e fazia.
A identidade dessa mulher moderna difere da "mulher antiga",
que tinha uma identidade de submissão, até inferiorizada pelo marido.
Em (29), o sentido é que houve uma inversão de posição, pois no discurso
machista, moto é coisa pra homem e não mulher.
E no (30), há um sentido de mulher economicamente
superior ao homem, pois "ela fazia medicina e falava alemão", e pra
estudar alemão não é para uma pessoa de classe econômica inferior. Há ainda um
sentido de diminuição do homem, pois "ele nas aulinhas de inglês", o
sentido aulinhas esclarece que a mulher nesse sentido é possuidora de
conhecimento e domina o homem, porque em (28), o sentido de que o homem sugere
algo, mas a ultima palavra é da mulher.
Nesse discurso a mulher é dominadora, independente e poderosa, o sentido é que
ela sabe muito bem o que quer.
4.3.4 Mulher Intelectual
(30)
"Ela fazia Medicina e falava alemão / E ele ainda nas aulinhas de
inglês";
(31)
"Ela falava coisas sobre o Planalto Central / Também magia e
meditação".
Nesse discurso o sentido da
mulher intelectual, é aquela que disputa com o homem para ocupar seu espaço na
sociedade e para isso ela se especializa, estuda, se informa sobre politica,
sobre magia, sobre todas as áreas possiveis e no discurso ela tem um sentido de
ser mais sábia que o homem.
No (32), o discurso fica claro que o sentido da mulher possuir mais
sabedoria que o homem, pois "Mônica explicava pro Eduardo", nesse sentido ela domina o homem
com sua sapiência.
Nesse discurso o sentido do
sujeito é de ser poderosa no sentido de ser superior ao homem, o sentido
intelectual é um espaço ocupado pela mulher no discurso que geralmente era do
homem na nossa cultura.
4.4 Identidade da Mulher no Estilo Popular (Pop)
Refletindo
a identidade da mulher no estilo popular – pop, procura-se mostrar a mulher em
sua realidade social na cultura moderna, independente, apaixonada que luta para
alcançar seus objetivos.
4.4.1 Mulher Trabalhadora
(43)"Mama África (a minha mãe), é mãe solteira / E tem que fazer
mamadeira todo o dia / Além de trabalhar
como empacotadeira";
(44)
"tem tanto o que fazer / Além de cuidar de neném/Além de fazer
denguim";
(45)
"Mama não quer brincar mais / Filhinho dá um tempo".
Esse discurso mostra a
identidade da mulher em sua realidade social economica da classe operária, é
independente e mãe solteira, nesse contexto ela possui uma identidade de pai e
mãe. Nesse sentido, a mulher possui uma dupla jornada de trabalho, isso fica
claro em (43), ela se sustenta e sustenta seus filhos.
Nos enunciado (45), tem um sentido de que essa mulher tem o tempo
escasso, o tempo dela nesse sentido é todo preenchido para seus filhos. Há um
sentido de sobrecarga sobre "mama África", o sentido nesse discurso é
real na nossa cultura, pois há muitas identidades de mulheres nessa situação.
Nesse discurso fica claro o sentido de mulher batalhadora, que prioriza a
alegria de seus filhos.
4.4.2 Mulher Romântica
(33) "Toda mulher gosta de ser
tratada, com muito carinho / Porque o sabor especial de ser amada, é como o
vinho";
(34) "Uma
mulher não quer uma cantada / Prefere um sentimento";
(35) "Uma
mulher tem seus desejos loucos mais do fundo / Seu coração só quer as coisas
mais simples do mundo";
(36) "Toda
mulher sente no beijo o gosto da delícia / Quem souber incendiar seu corpo todo
com carícias".
No discurso romântico a mulher possui uma
identidade de "deusa", em (33) o sentido de mulher gostar de ser
tratada com carinho, cuidado, paparicos; não só a mulher do discurso romântico,
que gosta de carinho, mas neste contexto, o sentido é que ela quer ser
paparicada, quer atenção, quer ser o centro das atenções, ela é um objeto de
atenção e de passividade.
O sentido de (35), é que a mulher se alegra com um
presente que recebe, por mais simples que seja. A identidade romântica, a
mulher se entrega ao amado (36) e sonha com ele, é a mulher apaixonada.
Nesse discurso a mulher é identificada com aquela
que gosta de ser notada (por seu amado), gosta de flores, carícias e chamegos.
Em (34) o sentido é que a mulher gosta sim de ser
cantada, mas no discurso romântico ela não aceita cantada grotescas, e o
sentido de "prefere um sentimento", quando a mulher diz que ama é
verdadeira no seu sentimento, admirada mais é controlada.
4.4.3 Mulher Desesperada de
Paixão
(37) "Eu
vou sair nestas horas de confusão / gritando seu nome entre os carros que vem e
vão / quem sabe assim você repara em mim";
(38) "Eu
vou contar pra todo mundo / Eu vou pichar sua rua / Eu vou bater na sua porta
de noite / completamente nua";
(39) "Venho
madrugada perturbar teu sono / Feito um cão sem dono, me ponho a ladrar".
O discurso identifica a mulher apaixonada, e o
sentido de que quando se desespera por não ser correspondida comete loucuras
para chamar atenção. Do amado. O sentido de (37) (38) (39), é a mulher que faz
loucuras do tipo: gritar, pichar os muros e vai atrás do amado. É um sentido de
mulher de decisão, de opinião, de atitude, pois vai atrás do homem e em (38)
ela aparece para o seu homem "completamente nua", para ver se assim
ela é notada. Ainda em (39), o sentido de se "pôr a ladrar", é como
um cão que perturba com seus latidos. Essa mulher tem uma identidade tão
formada de atitudes fortes, que não se importa com o momento em que vai atrás
do seu amado.
4.4.4 Mulher de
Opinião
(40) "Sei
que não sou santa / às vezes vou nacara dura / às vezes ajo com candura / pra
te conquistar";
(41) "Mas
não sou beata me criei na rua / e não mudo minha postura só pra te
agradar";
(42) "Aprendi a me virar sozinha / e se eu
tô de dando linha / É pra depois te abandonar".
No enunciado (42) o sentido da mulher "se
virar sozinha", identifica como aquela que já precisou lutar para
sobreviver; o sentido do discurso é que a mulher experiente e esperta, mas
recebeu uma educação da rua e com isso criou sua própria opinião, sobre a vida
assumindo uma identidade de mulher é que ela assume que é uma pessoa de atitude,
assume sua personalidade.
Em (40), o sentido de a mulher fazer um jogo de
conquista, assumindo uma postura que não é de sua personalidade, nesse sentido
ela quer ter o domínio na relação; mas em (41), o sentido fica claro que ela já
está dominando, e então mostra sua verdadeira identidade, e assume ter uma
opinião de vida formada e que não irá mudar só para agradar o companheiro.
Ainda em (42) o sentido de "dar linha", é que ela vive o momento, mas
deixa claro que não se apega a ninguém.
Neste
estilo, procura-se evidenciar a submissão vivenciada pela mulher que se deixa
dominar pelo homem para agradá - lo.
4.5.1Mulher Dominada
(46) "Garota ir ao cinema é uma coisa normal / Mas é que eu tenho que
manter a minha fama de mau";
(47) "Meu bem chora, chora e diz que vai embora / Exige que eu lhe
peça desculpas sem demora";
(48) " Perdão a namorada é uma coisa normal / Mas é que eu tenho que
manter a minha fama de mau".
O discurso é machista e
identifica a mulher como sendo dominada pelas atitudes do homem. Percebe-se no
discurso que o homem acha "normal", uma mulher ir ao
"cinema", sair com amigas, mas por ela possuior uma identidae de
mulher sem atitude, ela é controlada e dominada pelas vontades do homem.
Nesse sentido (dos enunciados) a mulher está tão dominada, que aceita
tudo no discurso machista.
Nesse contexto o sentido não que a mulher seja submissa, mas ela espera
um pouco de romantismo (no namoro), e o discurso deixa claro que suas vontades
não são correspondidas; é um sentido de mulher sem atitude.
4.5.2 Mulher do Lar
(49)
"Dizem que a mulher é o sexo frágil / Mas que mentira absurda";
(50) "Veja como é forte a que eu conheço/Sua sapiência não tem preço /
Satisfaz meu ego
se
fingindo submissa / Mas no fundo me enfeitiça";
(51) "Quando eu chego em casa à noitinha / Quero uma mulher só minha /
Mas pra quem
deu luz não tem mais jeito / Porque um filho quer seu peito / O outro já
reclama sua mão /
E o outro quer o amor que ela tiver ";
E o outro quer o amor que ela tiver ";
(52) "Quatro homens dependentes e carentes / da força da mulher".
No discurso "dizem que a
mulher é o sexo frágil", esse sentido é generalizado, pois logo em seguida
o homem inverte essa identidade, dizendo "veja como é forte a que eu
conheço".a identidade da mulher que é chamada do lar, é submissa no
discurso comum, porque na verdade o sentido no discurso machista ela é uma
mulher forte, poderosa e sábia, pois no sentido de submissão é que ela não
possui um conhecimento de escola, porque em casa ela enfeitiça o homem
com o capricho, cuidado e capacidade de manter em harmonia o seu lar..
A mulher neste discurso têm o sentido de ser forte, pois cuida do marido
amamenta o filho, o adolescente "reclama sua mão", ela é tão poderosa
que no discurso o homem diz que "quer o amor que ela tiver".
Neste contexto de sentido a mulher é submissa porque faz tudo sozinha
para agradar sua família, mas há uma inversão de sentido porque ela se
identifica como poderosa e dá conta de cuidar e manter a paz, a limpeza,
harmonia e paz de uma casa. (lar).
Neste estilo discorre-se
sobre uma mulher exibicionista e liberada, apresentando um jogo de inversão de
posição entre homem e mulher.
4.6.1 Mulher Audaciosa
(53) "Na madruga boladona / sentada na esquina";
(54) "Esperando tu passar / altas horas da matina";
(55) "Com o esquema todo armado/ esperando tu chegar / pra balançar o seu coreto";
(54) "Esperando tu passar / altas horas da matina";
(55) "Com o esquema todo armado/ esperando tu chegar / pra balançar o seu coreto";
(56)"Sou cachorra sou gatinha não adianta se esquivar / vou soltar a
minha fera eu boto o bicho pra pegar ".
Nesse discurso (53) o sentido "boladona" é a identidade da
mulher de periferia, da mulher que se libertou da formalidade, de "namoro
em casa", discurso da sociedade "burguesa".
Nesse contexto a palavra "boladona", tem
um sentido de que essa mulher está "doidona" (linguagem específica do
funk), para ver alguém que o discurso não deixa claro se é para uma relação
sexual ou para usar drogas ou algo do tipo "aprontar" como diz a
sociedade que se assusta com esse tipo de mulher.
Em (54), têm-se um discurso com o sentido de mulher
corajosa, dominadora, pois para ficar sentada na madrugada "sentada na
esquina" em (55) o sentido é de que ela domina, pois vai, pois vai
"balançar o seu coreto". Nesse discurso o sujeito (mulher) é
possuidora de idéias, e as põe em prática.
Ainda em (54), o sentido do discurso, a mulher
espera alguém chegar, é normal do "funk" os sujeitos estarem sempre
agrupados.
Nesses enunciados fica nítido a libertação da mulher
do casulo no discurso da sociedade "burguesa" e virou uma
"fera", quando no enunciado (56), é porque o sujeito tem atitude a
mulher domina, há uma inversão de posição, deixou de ser dominada. O sentido é
que ela sente vontade de ter uma relação sexual, assim como um animal, ela vai
atrás, faz acontecer. Ainda nesse discurso há dois sentidos, quanto à
"cachorra", a mulher nesse sentido é vista que só pensa em sexo no
discurso do senso comum é a "cachorrona", a mulher
"boazuda" que gosta de sexo apesar de que esse discurso contraria a “ciência”,
pois a cadela (cachorra) só entra no ciclo estral (cio) apenas duas vezes ao
ano. E a "gatinha" que possui um sentido de mulher dócil, fofinha,
que no discurso do senso comum é conhecida de "Patricinha" aquela com
idéias fúteis e volúveis, o que também contraria a ciência, pois a gata entra
no seu ciclo estral (cio) de 15 em 15 dias, é barulhenta durante o acasalamento
e é a fêmea que atrai os machos com seus miados e com um cheiro que exala.
Ainda em (56), o discurso mostra a identidade de
mulher decidida, pois "não adianta se esquivar" nesse sentido ou
"gata" ou "cachorra" de qualquer maneira ela está no
domínio e "bota o bicho pra pegar".
4.6.2 Mulher e Cerveja
(57) "Sei que a lourinha geladinha é gostosa de tomar / Também sei que
a lourinha bem quentinha é boa de namorar";
(58) "Venha pra cá, venha quebrando / Tá todo
mundo te olhando / Venha pra cá, venha mexendo / Tá todo mundo te querendo.
No enunciado (57), a identidade da mulher está
relacionada a uma bebida consumida por muitos, é comparada à cerveja que por
sua composição possui uma tonalidade amarelada. No discurso a mulher é objeto
de prazer do homem, pois se "geladinha" ele bebe, e "quentinha"
está relacionado ao sentido de mulher "fogosa", então é boa pra
namorar.
Ainda em (58), há uma paráfrase, no discurso
machista ele fala: "Vem pra cá, ta todo mundo te querendo", é um
sentido de que numa mesa de bar, pede uma cerveja porque ta todo mundo (daquela
mesa) querendo beber.
Nesse contexto, o discurso relaciona a mulher, com
um objeto que só serve para ser consumida e causar prazer.
4.6.3 Mulher Dominadora
(59)
"Ah! que isso? / elas estão descontroladas";
(60) "Elas sobem, elas descem, elas dão uma
rodada / Elas tão descontroladas".
Nesse discurso (59), há um sentido de espanto em
relação ao discurso machista, e o que causa medo, pois é uma atitude nova aos
olhos da nossa sociedade cultural.
O sentido "descontroladas", no discurso
funk, mostra identidade da mulher que está pronta para um ato sexual o que
difere do discurso formal em que o sujeito controlado tem o sentido de pessoa
sensata, é uma pessoa bem equilibrada, mas que muitas vezes esconde sua
verdadeira identidade atrás dos sentidos citados.
A mulher dos enunciados (50) e (60) é a mulher que
no discurso recebe o título de "descontroladas", mas que no sentido
da análise ela está bem controlada, pois ela tem o domínio da situação, no
discurso machista. Essa identidade do sujeito (mulher), ela é tão dominadora
que faz o que quer.
No enunciado (60) há um
duplo sentido; o discurso identifica a mulher como quem está
"dançando", mexendo o corpo no ritmo da música; mas há também o
sentido de um ato sexual, que faz uma paráfrase com (56), onde quem solta a
fera é a "gatinha", que ao acasalar, fica excitada que para
demonstrar que está sentido prazer fazer maior barulho é como a mulher fazendo
ou trocando de posições no ato sexual.
5.7 Identidade
da Mulher no Estilo Modinha
Neste estilo verificamos que as
mulheres se apresentam de forma romântica, sonhadora, puras, simples e
sedutora.
5.7.1 Mulher
Romântica
(61)
"A lira do cantor em serenata / Reclama da janela a sua
amante";
(62) "Confessa o seresteiro à sua amada / O
que dentro lhe dita o coração";
(63) "Ó linda imagem de
mulher / Que me seduz / Ah! Se eu pudesse / tu estarias num altar";
(64) "És a
rainha dos meus sonhos / És a luz / És malandrinha, não precisas
trabalhar".
No discurso da modinha o sentido da mulher é de uma pessoa romântica,
endeusada pelo homem, que a exalta como rainha, como a luz que brilha é a
mulher encantadora que no discurso o homem a compara a uma santa (63) "tu
estarias num altar" (local sagrado para adoração), sentido de pureza,
virtuosa, deusa.
No discurso o sentido de "mulher que seduz" essa identidade é
construída ao redor de uma mulher que é romântica, delicada, mas também
poderosa, Há um sentido de jogo de sedução, onde a mulher está em vantagem.
Nesse discurso há ainda um jogo de sentido, pois em (64), "és
malandrinha", há um sentido de que a mulher por sua esperteza no jogo da
conquista, o homem em seu discurso, é possível que se a conquistar, ela não
precisará trabalhar por enfeitiçá-lo com sua magnífica beleza. E o sentido é
que o homem fará "tudo" para ter essa mulher ao seu lado.
5.7.2 Mulher
Bonita
(65) "Marina, você já é bonita
/ com o que Deus lhe deu";
(66) "Marina, morena / você se
pintou";
(67) "Não
pinte esse rosto que eu gosto / que é só meu".
Neste discurso o sentido é de mulher com a beleza
estética perfeita. "Marina" recebeu de Deus o dom da beleza, e no
discurso machista ela (Marina) não precisa de pintura, pois já é bonita.
Em (67), há um discurso machista no qual o homem refere à mulher como
sendo sua, e que também a pintura na época era usada por "meretrizes",
tinha um sentido negativo, há também um discurso possessivo.
No enunciado (66), há a presença de uma mulher com identidade negativa
para a época do discurso modinha, mas normal para o discurso moderno, e
feminista, pois a mulher naturalmente é vaidosa, gosta de enfeites e pinturas.
4.7.3 Mulher
Delicada
(68) "Menina bonita / Meu laço
de fita / Meu único amor";
(69)
"Menina manhosa / Meu botão de rosa / Também minha flor".
Nos enunciados (68) (69), o sentido é de comparar a mulher à natureza, a
ingenuidade, simplicidade, a um "laço de fita", que no discurso da
época era um gesto muito significativo, era um sentido de agradar a mulher, com
um carinho, e a fita era cor clara, dando um sentido de pureza, delicadeza.
No discurso "meu botão de rosa", há um sentido de que a mulher
é uma virgem, menina que ainda irá desabrochar.
A mulher no discurso da modinha todas ou a maioria possui sentido de
deusa, bela e delicada.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir das análises feitas, foi possível constatar
que nos diferentes discursos que partiu dos estilos de músicas popular
brasileira, a identidade da mulher, apesar de suas inegáveis conquistas, não
conseguiu apagar a "velha identidade" dos discursos machista. É
possível considerar algumas marcas de identidade da mulher: sedutora, poderosa,
experiente, o que tem causado "espanto" tanto no homem, quanto na
sociedade, e muitas vezes com essa nova identidade, a mulher é motivo de piadas
e chacotas, no discurso de senso comum.
A identidade da mulher moderna nos discursos
musicais comparando com a identidade da década de 40 até meados de 60, a mulher tem se
"evoluído", pois deixou de ser "submissa" para se tornar a
"dominadora". Não podemos generalizar essa evolução, pois em dias
atuais há muita mulher com a identidade de "submissa".
Como está havendo uma inversão de posição na
sociedade entre homem e mulher ela é vista como "liberal", no sentido
de ter perdido o "controle" sobre si própria, visto que dentro da
ideologia masculina, a mulher "foi criada" para cuidar do lar, ser
"submissa" ao marido e para reprodução.
Esse conceito vem sendo mudado desde a "Segunda
Revolução Industrial", no qual, a mulher vem lutando e ocupando diferentes
espaços na sociedade.
Vale ressaltar que na atualidade a mulher possui um
sentido "ativa", pois vai atrás do que quer e "sabe" o que
quer, isso não só no sentido profissional, mas também no sentido de
relacionamentos, e ainda não quer mais possuir a identidade de flor, doçura,
ela quer hoje ser identificada como "cachorra", "preparada",
"pantera", o que causa "espanto" pois isso é novo para a
nossa cultura, e tudo o que é visto como novo e diferente, causa
"medo" e "espanto".
REFERENCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
CARDOSO, S.H.B. Discurso e ensino. Belo Horizonte:
Autêntica, 1999.
CARVALHO, Marco
Antonio Martins de; BRITO Marisa Marli Lima, CARDOSO, Alcina Marina de Souza. Sexualidade. Vol. II. Ed. Lê. Belo
Horizonte. MG, 1998
GERALDI, J. W. A diferença identifica. A desigualdade
deforma. Percursos bakhtinianos de construção ética através da estética.
Campinas - SP: Editora da Unicamp, 2003.
HALL, Stuart. A questão da identidade cultural. 3.ed.
Campinas-SP Editora da Unicamp,2003.
MAINGUENEAU. D. Novas tendências em análise do discurso.
2.ed. Campinas-SP: Pontes, 1993.
NUNES, J.H. Papel da memória. Campinas – SP:
Pontes, 1999.
ORLANDI, E.P. Análise do discurso: princípios e
procedimentos. 2.ed. Campinas-SP: Pontes.1999.
PÊCHEUX, M. Semântica e discurso: uma crítica a
afirmação do óbvio. 2.ed.Campinas-SP: Editora da Unicamp,1997.
POSSENTI, Sírio. Discurso e estilo e subjetividade.
2.ed – São Paulo. Martins Fontes, 2001.
CONTROLE,
reprodutivo de cães e gatos. 2006
Disponível em:
<{http://www.pasteur.saude.sp.gov.br/informações/manuais/manual_5/manual_15.htm}>
Acesso: 27 de
ag. de 2006.
Nova
Enciclopédia Barsa - São Paulo: Encyclopaedia Britânica do Brasil Publicações,
1999. Vários colaboradores. Obra em 18 vol.
ANEXO
I
(ENUNCIADOS
MUSICAS)
(2) “Casada carente, solteira feliz / já tive
donzela e até meretriz” (MV.CD.1995);
(3) “Mulheres cabeças e desequilibradas / mulheres
confusas de guerra e de paz” (MV.CD.1995);
4) “Nunca vi fazer tanta exigência / nem
fazer o que você me faz / você não sabe o que é consciência” (AA e ML[4].LP[5].1942)[6];
(5) “ai, meu Deus, que saudade da Amélia / aquilo sim é que era
mulher” (AA e ML. LP. 1942);
(6) “Amélia não tinha a menor vaidade / Amélia é que era
mulher de verdade” (AA e ML. LP. 1942);
(7) “Eu tenho
paixão por carro/ como tenho por mulher / são duas máquinas quentes / não
conheço quem não quer / As duas são perigosas/ As duas dão emoção / E é por
isso que acelero/ Bem forte o meu coração” (D[7].CD.2000);
(8)
"Mulher e carro é um vício / Difícil de dominar" (D.CD.2000);
(9) "Carro e
mulher é assim / Quando um vai o outro vem / Posso até trocar de carro / Mas
não largo do meu bem"(D.CD.2000);
(10) "Põe fogo
nos meus lençóis / A sua pele é tão linda / Ponho a chave no contato / Começo a
fazer loucura" (D.CD.2000);
(11)
"Um carro e um rabo de saia / Todo homem tem que ter"(D.CD.2000);
(12) "Gostosona sai na rua / assanha a
rapaziada / Seu rebolado é igual uma cobra mal matada/ Ela usa uma saia curta
ela arrasa ela detona"(T[8]e
S.CD.2003);
(13)"
Gaiteiro fica maluco e rasga sua sanfona / Homem sério de verdade / Por ela se
apaixona" (T e S. CD.2003)
(14)"
Mulherada lá do bairro morre de ciúmes dela / Casadas estão unidas pra dar um
couro nela"(T e S. CD.2003)
(15) "De
vez em quando ela faz amor comigo / quando quer um ombro amigo / Ela vem me
procurar / De repente ela some da cidade / Fico doido de saudade" (JP[9] e
D.LP.1993);
(16) "Ela
faz coisas que me alucina / Com seu jeito de menina e malícia de
mulher"(JP e D.LP.1993);
(17) "Ela
brinca e desfaz do meu amor / Nem percebe a minha dor, faz de mim o que bem
quer"(JP e D.LP.1993);
(18) "Estou
cansado de viver essa incerteza / Decidi virar a mesa, ou me assume ou vai
embora" (JP e D.LP.1993);
(19) A dama de
vermelho que vai se levantar / note que até a orquestra / fica toda em festa,
quando ela sai pra dançar" (M[10] e
JR. LP.1975);
(20) "Esta
já me pertenceu / E o culpado foi eu da separação" (M e JR. LP.1975);
(21) "Hoje
choro de ciúme dela / Ciúme até do perfume que ela deixa no salão" (M e JR.
LP.1975);
(22) "Nas
duas faces de Eva / A bela e a fera / Um certo sorriso de quem nada
quer"(RL[11].CD.1982);
(23) "Sexo
frágil, não foge a luta / E nem só de cama vive a mulher" (RL. CD. 1982);
(24) "Por
isso não provoque / É cor-de-rosa choque" (RL. CD. 1982);
(25)
"Mulher é bicho esquisito / Todo mês sangra" (RL. CD. 1982);
(26) "Gata
borralheira você é princesa / dondoca é uma espécie em extinção" (RL. CD.
1982);
(27) "Enquanto Mônica tomava um conhaque / Noutro canto da cidade / como eles
disseram" (LU[12].
CD. 1986);
(28)"O Eduardo sugeriu uma lanchonete / Mas a Mônica queria ver o
filme do Godard/"(LU.CD.1986);
(29)
"A Mônica de moto e o Eduardo de camelo"(LU.CD.1986);
(30)
"Ela fazia Medicina e falava alemão / E ele ainda nas aulinhas de
inglês"(LU.CD.1986);
(31)
"Ela falava coisas sobre o Planalto Central / Também magia e
meditação"(LU.CD.1986);
(32) "A Mônica explicava pro Eduardo / Coisas
sobre o céu, a terra, a água e o ar"(LU.CD.1986);
(33) "Toda mulher gosta de ser
tratada, com muito carinho / Porque o sabor especial de ser amada, é como o
vinho" (K[13].CD.2001);
(34) "Uma
mulher não quer uma cantada / Prefere um sentimento"(K.CD.2001);
(35) "Uma
mulher tem seus desejos loucos mais do fundo / Seu coração só quer as coisas
mais simples do mundo"(K.CD.2001);
(36) "Toda
mulher sente no beijo o gosto da delícia/ Quem souber incendiar seu corpo todo com
carícias"(K.CD.2001);
(37) "Eu
vou sair nestas horas de confusão / gritando seu nome entre os carros que vem e
vão/ quem sabe assim você repara em mim" (AC[14].CD.
2000);
(38) "Eu
vou contar pra todo mundo / Eu vou pichar sua rua / Eu vou baterna sua porta de
noite/ completamente nua" (AC.CD.2000);
(39) "Venho
madrugada perturbar teu sono / Feito um cão sem dono, me ponho a ladrar"
(AC[15].CD.2000);
(40) "Sei
que não sou santa / às vezes vou nacara dura/ às vezes ajo com candura / pra te
conquistar" (AC. CD. 2000);
(41) "Mas
não sou beata me criei na rua/ e não mudo minha postura só pra te agradar"
(AC.CD.2000);
(42) "Aprendi a me virar sozinha / e se eu
tô de dando linha / É pra depois te abandonar". (AC. CD. 2000);
(43)"Mama África (a minha mãe), é mãe solteira / E tem que fazer
mamadeira todo o dia / Além de trabalhar
como empacotadeira"(CC[16].LP.1996);
(44)
" tem tanto o que fazer / Além de cuidar de neném / Além de fazer
denguim"(CC.LP.1996);
(45)
" Mama não quer brincar mais / Filhinho dá um tempo"(CC.LP.1996);
(46)
"Garota ir ao cinema é uma coisa normal / Mas é que eu tenho que manter a
minha fama de mau"(EC[17]
e RC.LP.1995);
(47) "Meu bem chora, chora e diz que vai embora / Exige que eu lhe
peça desculpas sem demora.(EC e RC.LP.1995);
(48) " Perdão a namorada é uma coisa normal / Mas é que eu tenho que
manter a minha fama de mau" (EC e RC.LP.1995);
(49)
"Dizem que a mulher é o sexo frágil/Mas que mentira absurda" (EC[18].LP.1981);
(50) "Veja como é forte a que eu conheço / Sua sapiência não tem preço
/ Satisfaz meu ego
se fingindo submissa / Mas no fundo me enfeitiça" (EC.LP.1981);
(51) "Quando eu chego em casa à noitinha / Quero uma mulher só minha /
Mas pra quem
deu luz não tem mais jeito / Porque um filho quer seu peito / O outro já
reclama sua mão/
E o outro quer o amor que ela tiver " (EC.LP.1981);
E o outro quer o amor que ela tiver " (EC.LP.1981);
(52)
"Quatro homens dependentes e carentes/da força da mulher"
(EC.LP.1981);
(53) "Na madruga boladona / sentada na esquina"(TQB[19].CD.2005);
(54) "Esperando tu passar / altas horas da matina"(TQB.CD.2005);
(54) "Esperando tu passar / altas horas da matina"(TQB.CD.2005);
(55) "Com o esquema todo armado / esperando tu chegar / pra balançar o
seu coreto"(TQB.CD.2005);
(56)"Sou cachorra sou gatinha não adianta se esquivar / vou soltar a
minha fera eu boto o bicho pra pegar "(TQB.CD.2005);
(57) "Sei que a lourinha geladinha é gostosa de tomar / Também sei que
a lourinha bem quentinha é boa de namorar" (T[20]
e LG. LP.1996);
(58) "Venha pra cá, venha quebrando / Tá todo mundo te olhando / Venha
pra cá, venha mexendo / Tá todo mundo te querendo" (T e LG. LP.1996);
(59)
"Ah! que isso? / elas estão descontroladas"( AP[21].CD.2005);
(60)
"Elas sobem, elas descem, elas dão uma rodada / Elas tão descontroladas
"( AP.CD.2005);
(62) "Confessa o seresteiro à sua amada / O
que dentro lhe dita o coração" (JFJ. LP. 1957);
(63) "Ó linda imagem de
mulher / Que me seduz / Ah! Se eu pudesse / tu estarias num altar" (JFJ.
LP. 1957);
(64) "És a rainha dos meus
sonhos / És a luz / És malandrinha, não precisas trabalhar" (JFJ. LP.
1957);
(65)
"Marina, você já é bonita / com o que Deus lhe deu" (DC[23].LP.
1969);
(66)
"Marina, morena / você se pintou" (DC. LP. 1969);
(67) "Não
pinte esse rosto que eu gosto / que é só meu" (DC. LP. 1969);
(68) "Menina bonita / Meu laço
de fita / Meu único amor" (PB [24]e
X. CD. 1993);
(69) "Menina manhosa / Meu
botão de rosa / Também minha flor" (PB e X. CD. 1993).
ANEXO
II
(MÚSICAS)
Gostosona – Teodoro e Sampaio
Gostosona sai na rua
Assanha a rapaziada
Seu rebolado é igual uma cobra mal matada
Ela usa uma saia curta ela arrasa ela detona
E o povo grita em coro
Ela é mesmo um tesouro
A danada é gostosona
Ela faz pobre gemer
Faz rico ficar na lona
Gaiteiro fica maluco e rasga sua sanfona
Homem sério de verdade
Por ela se apaixona
Também estou nesse jogo
Eu já agarrei um fogo
Por causa da gostosona
Mulherada lá do bairro morre de ciúmes dela
Casadas estão unidas pra dar um couro nela
Eu que sou desempedido
Meu coração tá sem dono
Eu quero subir no trono
To doido pra ser o dono do corpo da gostosona
Toda mulher – Karametade
Toda mulher gosta de ser tratada
Com muito carinho
Porque o sabor especial de ser amada
É como o vinho
Uma mulher não quer uma cantada
Prefere um sentimento
Com a pessoa certa e a hora exata
No clima do momento
Uma mulher tem seus desejos loucos
Mais do fundo
Seu coração só quer as coisas mais
Simples do mundo
Espera um homem de verdade pra
Mudar de vez a sua vida
Toda mulher sente no beijo o gosto
das delícias
Quem souber incendiar seu corpo todo
com carícias
Toda mulher sente saudades do amor
que fez, se foi correspondida!
Assim que deixa te querer
E pro seu corpo sou prazer
E tenho o que você quer
Me diz que sou sua paixão
O dono do seu coração
E aceita ser minha mulher
Vou te amar de um jeito lindo
Como orvalho vindo pra molhar a flor
Toda mulher já nasce pra morrer de amor.
Malícia de Mulher – João Paulo e
Daniel
De vez em quando ela faz amor comigo
Quando quer um ombro amigo
Ela vem me procurar
De repente ela some da cidade
Fico doido de saudade
Sem saber onde ela está
Ela faz coisas que me alucina
Com seu jeito de menina
E malícia de mulher
Ela brinca e desfaz do meu amor
Nem percebe a minha dor
Faz de mim o que bem quer
Estou cansado de viver essa incerteza
Decidi virar a mesa
Ou me assume ou vai embora
Não vai dar certo nosso amor pela metade
Ou me ama de verdade
Ou acaba tudo agora.
Menina Bonita – Pena Branca e
Xavantinho
Menina bonita
Meu laço de fita
Meu único amor
Menina manhosa
Meu botão de rosa
Também minha flor
Vou sonhar nos teus momentos
Meus inquietos sentimentos
Meus afetos dissabores
Sou aquele passarinho
Que em teu colo fez seu ninho
Só de pétalas de flores
Quis contar nossos segredos
Mas confesso tive medo
Tanta dor doeu em mim
Com certeza a primavera
Se esqueceu de ser sincera
Ao me ver tão triste assim
Ana Carolina
Olho a cidade ao redor
E nada me interessa
Eu finjo ter calma
A solidão me apressa
Tantos caminhos sem fim
De onde você não vem
Meu coração na curva batendo
a mais de cem
Eu vou sair nestas horas de confusão
gritando seu nome entre os carros
Que vem e vão
Quem sabe assim
Você repare em mim
Morro de te esperar, de nunca te esquecer
As estrelas me encontram antes de anoitecer
Olho a cidade ao redor eu nunca volto atrás
Já não escondo a pressa
Já me escondi demais
Eu vou contar pra todo mundo
Eu vou pichar sua rua
Eu vou bater na sua porta de noite
Completamente nua
Garganta – Ana Carolina
Minha garganta estranha quando não te vejo
Me vem um desejo doido de gritar
Minha garganta arranha a tinta e os
azulejos do teu quarto da cozinha
da sala de estar
venho madrugada perturbar teu sono
Feito um cão sem dono
Me ponho a ladrar
Atravesso o travesseiro te reviro pelo avesso
tua cabeça enlouqueço faço ela rodar
Sei que não sou santa
Às vezes vou na cara dura
Às vezes ajo com candura
Pra te conquistar
Mas não sou beata me criei na rua
E não mudo minha postura só pra
te agradar.
Vim parar nesta cidade por conta
das circunstâncias sou assim desde criança
me criei meio sei lá
Aprendi a me virar sozinha e se eu tô de dando linha
É pra depois te abandonar
Dama de Vermelho – Milionário e
José Rico
Garçom olha pelo espelho
A dama de vermelho que vai se levantar
Noite que até a orquestra
Fica toda em festa, quando ela sai
pra dançar
Esta já me pertenceu
E o culpado sou eu da separação
Hoje choro de ciúme
Ciúme até do perfume que ela deixa
no salão
Garçom amigo apague a luz da minha
mesa
Eu não quero que ela note em mim
tanta tristeza
Traga mais uma cerveja hoje
vou embriagar-me
Quero dormir para não ver
Outro homem a abraçar.
Cor de Rosa Choque - Rita Lee
Nas
duas faces de Eva
A bela e a fera
Um certo sorriso de quem nada quer
Sexo frágil, não foge à luta
E nem só de cama vive a mulher
A bela e a fera
Um certo sorriso de quem nada quer
Sexo frágil, não foge à luta
E nem só de cama vive a mulher
Por
isso não provoque
É cor de rosa-choque
É cor de rosa-choque
Mulher
é bicho esquisito
Todo mês sangra
Um sexto sentido maior que a razão
Gata borralheira, você é princesa
Dondoca é uma espécie em extinção
Todo mês sangra
Um sexto sentido maior que a razão
Gata borralheira, você é princesa
Dondoca é uma espécie em extinção
Por
isso não provoque
É cor de rosa-choque
É cor de rosa-choque
Mama
África - Chico César
Mama África (a minha mãe), é mãe solteira
E tem que fazer mamadeira todo o dia
Além de trabalhar
Como empacotadeira nas Casas Bahia.
Mama África, tem tanto o que fazer
Além de cuidar de neném
Além de fazer denguim
Filhinho tem que entender
Mama África vai e vem, mas não se afasta de você
Quando Mama sai de casa, seus filhos de olodunzam
Rola o maior jazz
Mama tem calo nos pés, mama precisa de paz.
Mama não quer brincar mais
Filhinho dá um tempo
É tanto contratempo
No ritmo de vida de mama.
E tem que fazer mamadeira todo o dia
Além de trabalhar
Como empacotadeira nas Casas Bahia.
Mama África, tem tanto o que fazer
Além de cuidar de neném
Além de fazer denguim
Filhinho tem que entender
Mama África vai e vem, mas não se afasta de você
Quando Mama sai de casa, seus filhos de olodunzam
Rola o maior jazz
Mama tem calo nos pés, mama precisa de paz.
Mama não quer brincar mais
Filhinho dá um tempo
É tanto contratempo
No ritmo de vida de mama.
Eduardo e Mônica - Legião Urbana
Quem um dia irá dizer que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer
Que não existe razão?
Eduardo abriu os olhos mas não quis se levantar
Ficou deitado e viu que horas eram
Enquanto Mônica tomava um conhaque
Noutro canto da cidade
Como eles disseram
Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer
E conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer
Um carinha do cursinho do Eduardo que disse
- Tem uma festa legal e a gente quer se divertir
Festa estranha, com gente esquisita
- Eu não tou legal, não agüento mais birita
E a Mônica riu e quis saber um pouco mais
Sobre o boyzinho que tentava impressionar
E o Eduardo, meio tonto, só pensava em ir pra casa
- É quase duas, eu vou me ferrar
Eduardo e Mônica trocaram telefone
Depois telefonaram e decidiram se encontrar
O Eduardo sugeriu uma lanchonete
Mas a Mônica queria ver o filme do Godard
Se encontraram então no parque da cidade
A Mônica de moto e o Eduardo de camelo
O Eduardo achou estranho e melhor não comentar
Mas a menina tinha tinta no cabelo
Eduardo e Mônica eram nada parecidos
Ela era de Leão e ele tinha dezesseis
Ela fazia Medicina e falava alemão
E ele ainda nas aulinhas de inglês
Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus
De Van Gogh e dos Mutantes
Do Caetano e de Rimbaud
E o Eduardo gostava de novela
E jogava futebol-de-botão com seu avô
Ela falava coisas sobre o Planalto Central
Também magia e meditação
E o Eduardo ainda estava
No esquema "escola, cinema, clube, televisão"
E, mesmo com tudo diferente
Veio neles, de repente
Uma vontade de se ver
E os dois se encontravam todo dia
E a vontade crescia
Como tinha de ser
Eduardo e Mônica fizeram natação, fotografia
Teatro, artesanato e foram viajar
A Mônica explicava pro Eduardo
Coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar
Ele aprendeu a beber, deixou o cabelo crescer
E decidiu trabalhar
E ela se formou no mesmo mês
Que ele passou no vestibular
E os dois comemoraram juntos
E também brigaram juntos, muitas vezes depois
E todo mundo diz que ele completa ela e vice-versa
Que nem feijão com arroz
Construíram uma casa uns dois anos atrás
Mais ou menos quando os gêmeos vieram
Batalharam grana e seguraram legal
A barra mais pesada que tiveram
Eduardo e Mônica voltaram pra Brasília
E a nossa amizade dá saudade no verão
Só que nessas férias não vão viajar
Porque o filhinho do Eduardo
Tá de recuperação
E quem um dia irá dizer que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer
Que não existe razão?
Nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer
Que não existe razão?
Eduardo abriu os olhos mas não quis se levantar
Ficou deitado e viu que horas eram
Enquanto Mônica tomava um conhaque
Noutro canto da cidade
Como eles disseram
Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer
E conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer
Um carinha do cursinho do Eduardo que disse
- Tem uma festa legal e a gente quer se divertir
Festa estranha, com gente esquisita
- Eu não tou legal, não agüento mais birita
E a Mônica riu e quis saber um pouco mais
Sobre o boyzinho que tentava impressionar
E o Eduardo, meio tonto, só pensava em ir pra casa
- É quase duas, eu vou me ferrar
Eduardo e Mônica trocaram telefone
Depois telefonaram e decidiram se encontrar
O Eduardo sugeriu uma lanchonete
Mas a Mônica queria ver o filme do Godard
Se encontraram então no parque da cidade
A Mônica de moto e o Eduardo de camelo
O Eduardo achou estranho e melhor não comentar
Mas a menina tinha tinta no cabelo
Eduardo e Mônica eram nada parecidos
Ela era de Leão e ele tinha dezesseis
Ela fazia Medicina e falava alemão
E ele ainda nas aulinhas de inglês
Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus
De Van Gogh e dos Mutantes
Do Caetano e de Rimbaud
E o Eduardo gostava de novela
E jogava futebol-de-botão com seu avô
Ela falava coisas sobre o Planalto Central
Também magia e meditação
E o Eduardo ainda estava
No esquema "escola, cinema, clube, televisão"
E, mesmo com tudo diferente
Veio neles, de repente
Uma vontade de se ver
E os dois se encontravam todo dia
E a vontade crescia
Como tinha de ser
Eduardo e Mônica fizeram natação, fotografia
Teatro, artesanato e foram viajar
A Mônica explicava pro Eduardo
Coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar
Ele aprendeu a beber, deixou o cabelo crescer
E decidiu trabalhar
E ela se formou no mesmo mês
Que ele passou no vestibular
E os dois comemoraram juntos
E também brigaram juntos, muitas vezes depois
E todo mundo diz que ele completa ela e vice-versa
Que nem feijão com arroz
Construíram uma casa uns dois anos atrás
Mais ou menos quando os gêmeos vieram
Batalharam grana e seguraram legal
A barra mais pesada que tiveram
Eduardo e Mônica voltaram pra Brasília
E a nossa amizade dá saudade no verão
Só que nessas férias não vão viajar
Porque o filhinho do Eduardo
Tá de recuperação
E quem um dia irá dizer que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer
Que não existe razão?
Minha fama de mau - Erasmo e
Roberto Carlos
Meu bem às vezes diz que deseja ir ao cinema
Eu olho e vejo bem que não há nenhum problema
Eu digo não, por favor, não insista e faça pista
Não quero torturar meu coração
Garota ir ao cinema é uma coisa normal
Mas é que eu tenho que manter a minha fama de mau
Meu bem chora, chora e diz que vai embora
Exige que eu lhe peça desculpas sem demora
Eu digo não, por favor, não insista e faça pista
Não quero torturar meu coração
Perdão a namorada é uma coisa normal
Mas é que eu tenho que manter a minha fama de mau
E digo não, não, não
Perdão a namorada é uma coisa normal
Eu olho e vejo bem que não há nenhum problema
Eu digo não, por favor, não insista e faça pista
Não quero torturar meu coração
Garota ir ao cinema é uma coisa normal
Mas é que eu tenho que manter a minha fama de mau
Meu bem chora, chora e diz que vai embora
Exige que eu lhe peça desculpas sem demora
Eu digo não, por favor, não insista e faça pista
Não quero torturar meu coração
Perdão a namorada é uma coisa normal
Mas é que eu tenho que manter a minha fama de mau
E digo não, não, não
Perdão a namorada é uma coisa normal
Mulher,Sexo Frágil - Erasmo
Carlos
Dizem que a mulher é o sexo frágil
Mas que mentira absurda
Eu que faço parte da rotina de uma delas
Sei que a força está com elas
Veja como é forte a que eu conheço
Sua sapiência não tem preço
Satisfaz meu ego se fingindo submissa
Mas no fundo me enfeitiça
Quando eu chego em casa à noitinha
Quero uma mulher só minha
Mas pra quem deu luz não tem mais jeito
Porque um filho quer seu peito
O outro já reclama sua mão
E o outro quer o amor que ela tiver
Quatro homens dependentes e carentes
Da força da mulher
Mulher, mulher
Do barro de que você foi gerada
Me veio inspiração
Pra decantar você nesta canção
Mulher, mulher
Na escola em que você foi ensinada
Jamais tirei um 10
Sou forte, mas não chego aos seus pés.
Mas que mentira absurda
Eu que faço parte da rotina de uma delas
Sei que a força está com elas
Veja como é forte a que eu conheço
Sua sapiência não tem preço
Satisfaz meu ego se fingindo submissa
Mas no fundo me enfeitiça
Quando eu chego em casa à noitinha
Quero uma mulher só minha
Mas pra quem deu luz não tem mais jeito
Porque um filho quer seu peito
O outro já reclama sua mão
E o outro quer o amor que ela tiver
Quatro homens dependentes e carentes
Da força da mulher
Mulher, mulher
Do barro de que você foi gerada
Me veio inspiração
Pra decantar você nesta canção
Mulher, mulher
Na escola em que você foi ensinada
Jamais tirei um 10
Sou forte, mas não chego aos seus pés.
Boladona (Tati Quebra-Barraco)
Na madruga boladona,
sentada na esquina.
Esperando tu passar
altas horas da matina
Com o esquema todo armado,
esperando tu chegar
pra balançar o seu coreto
pra você de mim lembrar
Sou cachorra sou gatinha não adianta se esquivar
vou soltar a minha fera eu boto o bicho pra pegar
Boladona ...
Na madruga boladona,
sentada na esquina.
Esperando tu passar
altas horas da matina
Com o esquema todo armado,
esperando tu chegar
pra balançar o seu coreto
pra você de mim lembrar
Sou cachorra sou gatinha não adianta se esquivar
vou soltar a minha fera eu boto o bicho pra pegar
Sou cachorra sou gatinha não adianta se esquivar
vou soltar a minha fera eu boto o bicho pra pegar
Boladona ...
sentada na esquina.
Esperando tu passar
altas horas da matina
Com o esquema todo armado,
esperando tu chegar
pra balançar o seu coreto
pra você de mim lembrar
Sou cachorra sou gatinha não adianta se esquivar
vou soltar a minha fera eu boto o bicho pra pegar
Boladona ...
Na madruga boladona,
sentada na esquina.
Esperando tu passar
altas horas da matina
Com o esquema todo armado,
esperando tu chegar
pra balançar o seu coreto
pra você de mim lembrar
Sou cachorra sou gatinha não adianta se esquivar
vou soltar a minha fera eu boto o bicho pra pegar
Sou cachorra sou gatinha não adianta se esquivar
vou soltar a minha fera eu boto o bicho pra pegar
Boladona ...
Lourinha - Tatau e Leandro
Guerrilha
Sei que a lourinha geladinha é gostosa de tomar
Também sei que a lourinha bem quentinha é boa de namorar
Gostosa, cheirosa, demais
Sei que a loura me atrai
Essa lourinha é um tesão
Me deixa na fissura
Quando eu tomo uma lourinha geladinha
Ninguém me segura
Venha pra cá, venha quebrando
Tá todo mundo te olhando
Venha pra cá, venha mexendo
Tá todo mundo te querendo
No tcha tcha tcha
No tchu tchu tchu
No Gera Samba de Norte a Sul
No tcha tcha tcha
No tchi tchi tchi
Se requebrando, venha pra mim
Também sei que a lourinha bem quentinha é boa de namorar
Gostosa, cheirosa, demais
Sei que a loura me atrai
Essa lourinha é um tesão
Me deixa na fissura
Quando eu tomo uma lourinha geladinha
Ninguém me segura
Venha pra cá, venha quebrando
Tá todo mundo te olhando
Venha pra cá, venha mexendo
Tá todo mundo te querendo
No tcha tcha tcha
No tchu tchu tchu
No Gera Samba de Norte a Sul
No tcha tcha tcha
No tchi tchi tchi
Se requebrando, venha pra mim
Descontroladas - As Panteras
Ah! que isso? elas estão descontroladas!
Ah! que isso? elas estão descontroladas!
Elas sobem, elas descem, elas dão uma rodada...
Elas tão descontroladas...
Elas sobem, elas descem, elas dão uma rodada...
Elas tão descontroladas...
Não pára, não pára, não pára não....
Não pára, não pára, não pára não...
Não pára, não pára, não pára, não pára...
Até o chão...
Vai, vai...
Na paradinha, paradinha, paradinha....
Na paradinha, paradinha, paradinha...
Na paradinha, paradinha, paradinha...
Ah! que isso? elas estão descontroladas!
Elas sobem, elas descem, elas dão uma rodada...
Elas tão descontroladas...
Elas sobem, elas descem, elas dão uma rodada...
Elas tão descontroladas...
Não pára, não pára, não pára não....
Não pára, não pára, não pára não...
Não pára, não pára, não pára, não pára...
Até o chão...
Vai, vai...
Na paradinha, paradinha, paradinha....
Na paradinha, paradinha, paradinha...
Na paradinha, paradinha, paradinha...
Malandrinha - José de Freire
Junior
A lua vem surgindo cor de prata
No alto da montanha verdejante
A lira do cantorem
serenata
Reclama da janela a sua amante
Ao som da melodia apaixonada
Das cordas do sonoro violão
Confessa o seresteiro à sua amada
O que dentro lhe dita o coração
Ó; linda imagem de mulher
Que me seduz
Ah! Se eu pudesse
Tu estarias num altar
És a rainha dos meus sonhos
És a luz
És malandrinha, não precisas trabalhar
Acorda, minha bela namorada
A lua nos convida a passear
Seus raios iluminam toda a estrada
Por onde nós havemos de passar
A rua está deserta, ó vem querida
Ouvir bem junto a mim
O som do pinho
E quando a madrugada já surgida
Os pombos voltarão para os seus ninhos
A lua vem surgindo cor de prata
No alto da montanha verdejante
A lira do cantor
Reclama
Ao som da melodia apaixonada
Das cordas do sonoro violão
Confessa o seresteiro à sua amada
O que dentro lhe dita o coração
Ó; linda imagem de mulher
Que me seduz
Ah! Se eu pudesse
Tu estarias num altar
És a rainha dos meus sonhos
És a luz
És malandrinha, não precisas trabalhar
Acorda, minha bela namorada
A lua nos convida a passear
Seus raios iluminam toda a estrada
Por onde nós havemos de passar
A rua está deserta, ó vem querida
Ouvir bem junto a mim
O som do pinho
E quando a madrugada já surgida
Os pombos voltarão para os seus ninhos
Marina - Dorival Caymmi
Marina, morena
Marina, você se
pintou
Marina, você faça tudo
Mas faça um favor
Não pinte esse rosto que eu gosto
Que eu gosto e que é só meu
Marina, você já é bonita
Com o que Deus lhe deu
Me aborreci, me zanguei
Já não posso falar
E quando eu me zango, Marina
Não sei perdoar
Eu já desculpei muita coisa
Você não arranjava outra igual
Desculpe, Marina, morena
Mas eu tô de mal
Marina, morena
Marina, você se pintou
Marina, você faça tudo
Mas faça um favor
Não pinte esse rosto que eu gosto
Que eu gosto e que é só meu
Marina, você já é bonita
Com o que Deus lhe deu
Me aborreci, me zanguei
Já não posso falar
E quando eu me zango, Marina
Não sei perdoar
Eu já desculpei muita coisa
Você não arranjava outra igual
Desculpe, Marina, morena
Mas eu tô de mal
De mal com você
De mal com você.
Marina, você faça tudo
Mas faça um favor
Não pinte esse rosto que eu gosto
Que eu gosto e que é só meu
Marina, você já é bonita
Com o que Deus lhe deu
Me aborreci, me zanguei
Já não posso falar
E quando eu me zango, Marina
Não sei perdoar
Eu já desculpei muita coisa
Você não arranjava outra igual
Desculpe, Marina, morena
Mas eu tô de mal
Marina, morena
Marina, você se pintou
Marina, você faça tudo
Mas faça um favor
Não pinte esse rosto que eu gosto
Que eu gosto e que é só meu
Marina, você já é bonita
Com o que Deus lhe deu
Me aborreci, me zanguei
Já não posso falar
E quando eu me zango, Marina
Não sei perdoar
Eu já desculpei muita coisa
Você não arranjava outra igual
Desculpe, Marina, morena
Mas eu tô de mal
De mal com você
De mal com você.
[1] MV:
Martinho da Vila.
[2]
CD: Compacto disco.
[3]
CD: “Tá Delícia Tá Gostoso,” música “Mulheres”
[4]
AAeML: Ataulfo Alves e Mário Lago.
[5]
LP: Longo Disco.
[6]
LP: “Leva Meu Samba”, música: “Ai que saudade da Amélia”.
[7] D:
Daniel. CD: “Quando o coração se apaixona”, música: “Carro e mulher”.
[8] T
e S: Teodoro e Sampaio. CD: "Mulher de peão", música: "A
gostosona".
[9] JP
e D: João Paulo e Daniel. LP: "João Paulo e Daniel volume 5", Música:
"Malícia de mulher"
[10] M
e JR: Milionário e José rico. LP: "Cheiro da Terra", Música: Dama de
vermelho"
[11]
RL: Rita Lee. CD: "Rita Lee e Roberto de Carvalho", Música: Cor- de-
rosa Choque"
[12]
LU:Legião Urbana.CD:"Dois",Música: Eduardo e Mônica"
[13]
K: Karametade.CD:"Karametade", Música: "Toda mulher"
[14]
AC:Ana Carolina.Cd: "Ana Carolina perfil", Música: "Nua"
[15]
AC:Ana Carolina.Cd: "Ana Carolina perfil", Música:
"Garganta"
[16]
CC: Chico César. LP: "cuscuz Clã", Música: "Mama África"
[17]
EC e RC: Erasmo Carlos e Roberto Carlos. LP: "Minha História",
Música: "Minha Fama de Mau"
[18]
EC: Erasmo Carlos. LP: "Mulher", Música: "Mulher, sexo
frágil"
[19]
TQB:TAti Quebra Barraco. CD: "Boladona", Música: "Boladona"
[20] T
e LG: Tatau e Leandro Guerrilha. LP: " Na Cabeça e na Cintura",
Música: "A Lourinha"
[21]
AP: As Panteras. CD: " Descontroladas", Música: " Descontroladas"
[22]
JFJ: José de Freire Júnior. LP: "Serenata com Orlando Silva", Música:
"Malandrinha"
[23]
DC: Dorival Caymmi.LP:"Origens Bethânia", Música: "Marina"
[24]
PB e X: Pena Branca e Xavantinho. CD: "Violas e Canções",
Músicas:" Menina Bonita"